Clotildes Farias de Sousa é professora da Rede Pública Estadual de Sergipe e membro da equipe multidisciplinar do Programa Universidade Aberta do Brasil/UFS. Natural da cidade sergipana de Tobias Barreto, muito cedo ingressou no magistério, alfabetizando crianças em uma escola de freiras, mantida pela paróquia local. Ali aprendeu a importância da leitura e da escrita para melhoria da vida das pessoas, vendo a obra decaridade realizada pela Congregação das Irmãs de Santa Maria, da qual ela própria fora beneficiada. Somente uma razão justifica a vinda de Clotildes para a capital: os estudosuniversitários. Ingressou na Universidade Federal de Sergipe em 1995, no Curso de Pedagogia. Em seguida, tornou-se Mestre em Educação. Atualmente é aluna Curso deDoutorado em Educação, na mesma instituição.
Ainda na graduação descobriu a sua afinidade com a História da Educação. Na História de Sergipe encontrou registros da Liga Sergipense contra o Analfabetismo que lhe despertaram grande interesse por conta da sua experiência na alfabetização. O ano de 2003 marcou o início da investigação por fontes e informações sobre o assunto. Encontrou centenas de documentos nos arquivos da capital e do interior de Sergipe. Pesquisou no Arquivo Público Estadual, na Biblioteca Epifânio Dórea, no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, na própria sede da Liga Sergipense contra o Analfabetismo,bem como nas cidades do interior onde foram implantadas escolas de alfabetização.
A dissertação que resultou da pesquisa de Clotildes foi bem aceita nos meios acadêmicos, servindo de referência para outros trabalhos. Foi citada, por exemplo, em um trabalho da pesquisadora Vanessa Nofuentes, (PUC/RJ) e na dissertação de mestrado do pesquisador José Anderson Nascimento (UFS/SE). Mas, a defesa da dissertação de Clotildes não representou o fim das pesquisas sobre a Liga Sergipense contra o Analfabetismo. Esse trabalho serviu para mostrar exatamente o quanto ainda se tem por fazer em matéria de pesquisa sobre as ligas nacionalistas do Brasil.
No Doutorado, Clotildes continua a estudar outras ligas nordestinas contra o analfabetismo e tem feito muitas descobertas. A Liga Sergipense contra o Analfabetismo ganha um novo capítulo na história que ela está escrevendo agora. A maçonaria também ganha outro relevo, ainda mais pelo apoio que tem oferecido ao tema, chamando a opinião pública a compartilhar da sua experiência educacional e, quiçá, fomentando semelhantes iniciativas. Com o trabalho de Clotildes, a maçonaria sergipana terá o reconhecimento nacional que merece, como instituição séria que prima
por valores essenciais e investe efetivamente em cultura.
