MINERVINO DÓRIA ALMEIDA, nasceu no dia 23 de Julho de 1949, é natural de Propriá e de Ilha do Ouro por adoção, seus pais são nascidos e criados neste belíssimo rincão. Sua infância foi entre a propriedade denominada Piracicaba e Povoado Ilha do Ouro, o paraíso do São Francisco em Porto da Folha. Terra de Seixas Dória, do buraqueiro Francisco Cardoso, do coronel Hermeto Feitosa, do músico Antônio Carlos Du Aracaju e de outras figuras ilustres que compõem este sertão rico de homens livres, de bons costumes e em belezas naturais.
Minervino nasceu em Propriá, pois nesta época, sua mãe tinha sido transferida da Ilha do Ouro para a mesma localidade, como professora primária, no início de 1949. Em 1950, ela retorna para Porto da Folha objetivando dirigir o Grupo Escolar daquela cidade e por perseguição política ela retorna a Ilha do Ouro em 1953.
Minervino teve uma infância feliz, como beradeiro do São Francisco, desenvolveu e forjou sua personalidade em uma convivência com sua mãe acompanhando-a a Cidade de Gararu. Em 1955 ela mais uma vez por perseguição política, é transferida para a cidade de Indiaroba, após uma nomeação violenta do Governo Leandro Maciel. Seixas Dória, primo de sua mãe ao tomar conhecimento da nomeação e desistência da velha professora que renuncia ao cargo de servidora pública pela perseguição do político Maciel, interfere em favor da prima, conseguindo sua nova nomeação para Gararu.
Minervino é filho de uma Mulher de fibra, que embora se achasse medrosa como uma criança, possuía valentia de um forte guerreiro, enfrentando perseguições políticas e escapando da tropa de Lampião que circundando por Canhoba, não conseguiu tomar o que não te pertencia. Conceição, agarrando-se com a imagem de Nossa Senhora da Conceição, teve sua vida socorrida por outras vítimas que a arrastaram para Borda da Mata,uma fazenda pertencente ao pai de Eronildes de Carvalho, sendo este mais tarde o governador do estado de Sergipe.
Em Gararu Minervino continua seus primeiros estudos e em finais de semana e nas férias escolares acompanhava seu pai nas atividades da propriedade, no pastoreio dos animais, na colocação de água para o consumo doméstico, nas pescarias, nas madrugadas ajudando a ordenha do leite, nos banhos de lagoa e do velho Chico e nas parelhas de cavalo. Assim foi sua infância.
Minervino relembra com muita alegria das festas de Porto da Folha, dos natais com a harmoniosa família, da festa de Reis, das primeiras paqueras, das comidas típicas, de seu povo alegre e hospitaleiro, dos amigos de seu pai, de seu primeiro barbeiro, com sua propriedade localizada em frente ao mercado de secos e molhados, só restando hoje na lembrança, pois já não existe mais. Minervino recorda no coração a padaria de Joquinha, figura conhecida pela sociedade portafolhense, ele jamais esqueceu da Igreja dos Prazeres, símbolo de um marco civilizatório deste povo extremamente religioso, situada no centro do Rio São Francisco, das viagens de canoas, tanto as de pescarias, quanto as de Tolda chamada “Marialva”, que seu pai fora por algum tempo seu administrador. Minervino nunca pôde se esquecer das danças juninas, da festa do Entrude (domingo antes do carnaval, de tradição européia) que consistia em borrifar água nas pessoas, das grandes peixadas, dos “Arroz-com-leite e Arroz-com-feijão”, feitos por seu pai, das aventuras pela Caatinga do sertão sergipano, montado em cavalo, passeando por locais freqüentados pelo horripilante e famoso Lampião, como Prainha do Farias, Olho D’água do caminho da Bela Vista, entre outros que marcaram de forma indelével a personalidade de Minervino Dória Almeida.
A mais terna lembrança e marcada para sempre em Minervino foi quando ele acompanhou com seu pai o cortejo fúnebre do Boi “Zepelim”, amarrado em um Carro de Bois, dentre duas filas de vaqueiros a caráter (com gibãos) alastrando suor e lágrimas nos olhos, emocionando inclusive o seu pai que não fazia Minervino entender por ser muito menino, o motivo de tanto lamento. Mais tarde, nas conversas fagueiras com seu pai acompanhado do Senhor Quincas Vaqueiro, passou a entender que aquele evento se tratava do término de uma história que enaltecia aqueles homens sofridos mais valentes na arte da pega do boi Zepelim.
Formado em Ciências Contábeis, Minervino herda a ética e o magistério da sua mãe, referência em Educação, Conceição Dória, nascida no dia 25 de julho de 1908, natural de Porto da Folha. Minervino também é filho de personalidade forte e irreverente chamada de Genuíno Almeida, nascido no dia 19 de março de 1911, cercado pelo canto dos pássaros, do desabrochar das flores e do verde das árvores da abastada Ilha do Ouro.
Minervino possuía uma relação com seu pai de amizade, respeito e ternura e pela sua mãe admiração devido à inteligência e afeição que tinha pelos seus 06 filhos, Manuel que morre precocemente, Maria da Glória, Luis Maurílio, Antônio Milton, já falecidos; Minervino e Maria Luiza, hoje médica e professora universitária.
Minervino, dos seis aos nove anos de idade já auxiliava a família com os afazeres de casa, vendia doces caseiros e materiais diversos de costura em uma urupema, extraindo uma pequena renda para o lar.
Aos 10 anos se transfere com sua família para Propriá acompanhando sua mãe que fora transferida como professora primária para aquela cidade e com o objetivo de continuar seus estudos. Em época de escassez da água, todas as manhãs às cinco horas, Minervino buscava água na casa da sua Tia Selenita e Tio Manelino, e levava para consumo de sua família. Uma tarefa árdua mas gratificante, um suor que cai do rosto e que demonstra coragem, trabalho e determinação.
Aos 11 anos em Propriá, Minervino é aprovado no exame de admissão do Ginásio Diocesano daquela cidade, 1960, iniciando neste período uma nova fase de sua vida, pois obtém o seu primeiro contato com a cidade grande, quando pré-adolescente, sem suas referências de infância. Minervino deu muito trabalho para sua mãe, mas acompanhado do carinho e paciência dela, ele conclui o Ginásio quatro anos depois.
Quando jovem, ele ia para escola e nas horas de lazer, tomava banho no Rio, flertava as meninas e visitava seu pai que vivia na sua pequena propriedade, em Ilha do Ouro.
Aos 15 anos, Minervino ingressa na área de vendas, trabalhando como balconista da loja Aragão Guimarães sendo um dos proprietários Manoel Cardoso Aragão, seu primeiro emprego, em Propriá. E já nesta época, Minervino dava continuidade aos seus dotes na área de comércio e construía brilhantes estratégias de vendas, permanecendo na empresa durante 04 anos.
Minervino aos 18 anos concluiu o seu curso Técnico em Contabilidade e constitui com mais dois sócios um escritório de contabilidade e gerencia uma empresa de distribuição de cerveja, Marca Brahma, em Propriá, chamada Distribuidora Silvestre Ltda.
Em 1971, transfere-se para Aracaju, indo trabalhar em um órgão público chamado PIPMO (Programa Intensivo de Preparação de Mão-de-Obra) como Supervisor Contábil e Orçamentário dirigido pelo competente Professor Antônio Marcolino de Almeida.
Ingressou nas Faculdades Integradas Tiradentes, em 1972, primeira turma, estudando o curso de Ciências Contábeis na grande Aracaju. Na época, trabalhou participando de diversos treinamentos intensivos destacando-se profissionalmente, tornando-se professor do Colégio Pio Décimo por quatro anos.
Trabalhando no Programa Intensivo de Preparação de Mão-de-Obra, PIPMO, com sua experiência de contabilidade privada, passa também a exercer diversas consultorias para o órgão, prestando seus serviços profissionais para a organização, em outros estados, como Ceará, Bahia, Brasília e São Paulo. Posteriormente, Minervino leciona nas Faculdades Integradas Tiradentes, contribuindo pela Educação no Estado por 36 anos.
Ao mesmo tempo, Minervino em 1975, é promovido como assessor e coordenador substituto do órgão PIPMO, obtendo mais contatos com órgãos conveniados, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), a Escola Agrícola Benjamim Constante, Serviço Nacional da Indústria (SENAI) e demais órgãos e empresas privadas. Minervino na época, recebe status social e econômico, estabilizando-se e aprimorando seu padrão de vida e de toda sua família. Tudo isso contribui para a realização dos sonhos, e um deles foi se casar com a mulher da sua vida, a atual esposa Maria Luiza Santiago Almeida, com a qual tem 04 filhos: atualmente, a grande artista plástica e arquiteta, Karinne, casada com Flávio, que geraram o primeiro neto chamado Kadu, presente de Deus para Minervino; o médico Gustavo, casado com Larissa, uma jovem de Feira de Santana, Bahia, a sincera advogada Izabelle e o fisioterapeuta e determinado Brenno, que formam assim a Família Santiago Almeida.
Com a posse do novo ministro Arnaldo Prieto do Ministério do Trabalho e Emprego, o órgão PIPMO é transferido do Ministério da Educação (MEC) para o MTE, desconfigurando todo seu programa, tornando-se uma entidade política. Minervino abdica do cargo em 1979, assumindo o cargo de gerente da UNIBRÁS, uma empresa de confecções, de iniciativa privada e no final dos anos 80, mais adiante, ele também se exonera do cargo, passando a trabalhar com vendas durante 13 meses. Foi uma época difícil para Minervino, na qual ele se encontra na situação anterior vivida durante muitos anos atrás, em início de carreira, dessa vez já com experiência, formado em Contabilidade, e com um melhor padrão de vida. Minervino sentia-se como estivesse caminhando para trás, retornando para a estaca zero. Mas o ciclo estava avançando e a vida oferecia grandes surpresas, pois assim mesmo como o próprio Minervino diz, a “roda do tempo só roda pra frente”, frase de Vitor Machado (in memorian).
Minervino se encontra com Alonso José dos Santos, grande amigo que oferece oportunidade de emprego na área almejada para ele por acreditar no seu potencial, através de um dos seus colegas, o Ferreira, que o convida para trabalhar na “Fiação e Tecelagem Nortista S.A.”, do grupo Franco. Após fazer a entrevista, entre seus entrevistadores é hoje seu colega Acadêmico Jurandir Conrado, Minervino é admitido como contador da empresa.
Foi tudo extremamente enriquecedor para sua carreira profissional. Minervino foi contador de uma Sociedade Anônima de grande referência, grupo mais rico do estado e trabalhou durante 14 anos. Minervino também foi contador da Sergipe Industrial S.A., trabalhando com Augusto Franco, um grande político sendo Minervino seu admirador, por considerá-lo um excelente administrador, de grande visão, na gestão dos negócios, passando o conhecimento para os seus filhos, nos quais Minervino também obteve um grande prazer de trabalhar com todos. Em 1993 decidiu deixar a Nortista, trabalhando logo em seguida como contador da Sergipe Industrial. Nesta empresa, também pertencente ao Grupo Franco, Minervino trabalha por pouco tempo, porque uma nova e excelente oportunidade surge advinda de uma empresa de grande porte de supermercados, o grupo G Barbosa através de Carlos Alberto Vasconcelos seu amigo do ECC (Encontro de Casais com Cristo), que o chama para trabalhar no G Barbosa permanecendo nessa empresa por 15 anos. Lá ele tem um grande aprendizado e acompanha quase toda sua trajetória, mudanças e evoluções. Minervino foi liderado pelo Diretor Administrativo do supermercado, Carlos Alberto Vasconcelos, uma figura ilustre de grande consideração e admiração para Minervino, um homem inteligente, um administrador excelente, mas que possuía um temperamento também muito forte.
Minervino também adquiriu experiência com Gentil Barbosa de Jesus, o proprietário da empresa na época, considerado um excelente administrador, natural de Itabaiana. Aos poucos Minervino vai conquistando a sua confiança, sendo nomeado como assessor da presidência Senhor Gentil Barbosa. Foi um período rico, de conhecimento, trabalho e status econômico e social para Minervino. Neste período também exerce seu magistério por quatro anos lecionando na Universidade Federal de Sergipe, no Departamento de Ciências Contábeis, onde ministra diversas disciplinas da área de contabilidade, inclusive implanta e atualiza algumas grades curriculares, como ‘Contabilidade de Serviço’, ‘Contabilidade Rural’, entre outras.
No dia dois de janeiro de 2002, a “Ahold”, empresa holandesa” assume o G Barbosa e Minervino continua sendo assessor da presidência, assessorando o novo presidente, um ex-representante do Grupo Bompreço, Marcelo Silva, permanecendo por pouco tempo. Em seguida, Minervino assessora a nova presidência assumida pelo holandês Gerard Scheij, o qual Minervino possui dificuldade de se adaptar devido às dificuldades em compreender sua língua, permanecendo até 2005 como seu assessor. No mesmo ano, é criada uma Assessoria de Assuntos Corporativos e de Recursos Humanos, sendo sua última etapa, como assessor da Empresa G. Barbosa, sendo ele o inspirador e fundador do Instituto G Barbosa, homenagem justa ao pioneiro da empresa chamado Gentil Barbosa. Minervino permanece na Empresa G. Barbosa até setembro de 2007, assumindo no dia Primeiro de Outubro deste mesmo ano, a direção regional do SENAC, onde atua como gestor da órgão até dezembro de 2008. Minervino recebe o convite do presidente do Sistema Fecomércio Sesc/Senac, já o conhecia pela sua determinação e competência para o cargo, por ser Diretor da Federação do Comércio. Minervino opta em trabalhar pela Direção Regional do SENAC por representar uma casa de ensino, de formação profissional, e onde já tinha sido conselheiro, período de 1975 a 1979, tornando-se um viés na vida profissional de Minervino. Durante sua permanência como Diretor do Senac ele utiliza toda sua experiência trazida das empresas por onde passou, com seu conhecimento e estratégias de consultor, assessor, professor universitário e auxiliar de gestores para desenvolver propostas, qualificar mão-de-obra e executando projetos que visavam beneficiar os comerciários e clientes SENAC.
Minervino também herda o Magistério da mãe, referência em Porto da Folha, Dona Conceição Dória, ou como foi conhecida pela família e pessoas mais próximas de Vavão. Ele exerce o magistério durante 36 anos, contribuindo para formação de pessoas, transmitindo conhecimentos técnicos, éticos e formadores de homens com a têmpera de um sertanejo forte, como dizia Euclides da Cunha.
Hoje, além das atividades administrativas e acadêmicas, Minervino tem se dedicado a algumas ações sociais por entender que o ser humano é evolutivo e deve se colocar em estado de aprendizado permanente. Desta forma, ele tem se utilizado de suas poucas horas de folga a serviço de: Servir ao próximo, aperfeiçoar-se naquilo que faz e buscar, de forma inflexível, as ações éticas no seu dia a dia.
No período de 1992 a 2002, Minervino participou de clube de Lions Club Aracaju Salgado filho, sendo seu presidente em 1993.
De 1982 até hoje, ele participa como Maçom ativo da Loja Maçônica Clodomir Silva, em Aracaju, Sergipe, sendo seu Venerável Mestre no período de junho de 200l a junho 2003.
Atualmente, Desde o ano de 1997, Minervino participa da Academia Maçônica de Artes, Ciências e Letras de Sergipe, sendo imortal na Cadeira nº 09, participando também da Academia de Ciências Contábeis de Sergipe desde 2007, imortal na Cadeira nº 38.
Minervino em 1988 até os dias atuais, vem participando com sua esposa, do ECC – Encontro de Casais com Cristo, onde se iniciou nesta atividade Leiga da Igreja Católica, Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Aracaju, Sergipe, tendo a oportunidade de coordenar um dos diversos encontros em 1993.
Minervino também vem se dedicando à produção do seu livro “A Ética da Família Dória, sobre a perspectiva de Minervino Dória”, uma biografia que narra toda história da sua família e de vida, sendo 66 anos de coragem, determinação no ramo profissional e nostalgia de uma infância vivida com amor, simplicidade e harmonia em Ilha do Ouro, Porto da Folha, passando por Propriá e permanecendo na capital até hoje, recebendo em maio ano de 2008, o prêmio de Personalidade Sergipana Destaque em Educação Superior, eleito pela comissão organizadora composta por Mestres e Doutores das diversas Instituições de ensino Superior do Estado de Sergipe, uma iniciativa da Revista Educação Superior Nordeste.
Hoje Minervino Dória é exemplo de determinação para filhos, sobrinhos, amigos; é afável com o seu primeiro de muitos netos que virão e terá reconhecimento das futuras gerações que se formarão. Minervino Dória Almeida é respeitado pela competência em assumir a direção, como sócio da Indústria de Vassouras Mil Limpo Ltda., possui paixão pela Ciência da contabilidade e amor pela família que o acolhe com ternura.